VOS APRESENTO O POVO QUE MUDOU O RUMO DA HISTÓRIA MILITAR

GENERAL AFRICANO CARTAGINÊS FENÍCIO-CANANEU ANÍBAL BARCA

Um povo originário de Tiro, que fundou a megestosa Cartago. Povo este de origem camita cananita, herdeiros do legado fenício.

A GRANDIOSA CIVILIZAÇÃO CARTAGINÊSA

A Civilização Cartaginêsa tem suas origens vinculadas ao processo de expansão econômica e comercial dos fenícios (cananeus - cananitas). Por volta do século IX a.C., os fenícios da cidade de Tiro realizaram as primeiras ações que transformaram essa região do norte africano em uma das mais importantes da Antiguidade. Em virtude de sua posição e influência fenícia, Cartago logo se transformou em um poderoso entreposto comercial.

ORIGEM DE CARTAGO, A GRANDE

EXPANSÃO MARÍTIMA FENÍCIA - EXPANSÃO CAMITA CANANÉIA

data tradicionalmente aceite para a fundação de Cartago é 814 a. C. Era uma das mais importantes colónias dos Fenícios (Cananeus). A partir do século VIII, Cartago substituiu Tiro na organização do tráfico marítimo e no estabelecimento de pontos comerciais estratégicos no Ocidente. Exercia assim um domínio sobre o mar Mediterrâneo e geria o antigo império colonial de Tiro como verdadeira potência militar. Saliente-se a importância dos navegadores fenícios, cujos vestígios encontrados precisamente em Cartago datam de cerca de 730 a. C.
 
A GRANDIOSA CARTAGO, CIDADE AFRICANA

À parte lendas e epopéias, os fundadores foram fenícios, camitas cananeus, que fugiram de Tiro e chegaram ao litoral líbio depois de fazer escala em Chipre. O mito assinala que quem encabeçou a expedição foi a princesa Elisa, também conhecida como Dido, fugindo de seu irmão Pigmalión, que a havia convertido em viúva. 

Mapa do domínio cartaginês antes da primeira guerra púnica (ano 264)

Elisa comprou um pedaço de terra dos naturais do lugar. A questão é que um século mais tarde Cartago já era uma potência marítima e comercial que chocaria com as grandes civilizações do Mediterrâneo europeu: Grécia e Roma. 

PRINCESA FENÍCIA CANANITA ELISA (DIDO) - FUNDADORA DE CARTAGO

Cartago foi uma cidade-estado muito bem governada, sua administração se baseava em uma constituição mista com poderes legislativo e executivo muito fortes, na que sobressaia a figura do sufete, similar ao cônsul romano, cargo que inclusive desempenhou o maior de seus heróis, Aníbal.

ORIGEM DOS CANANEUS SEGUNDO OS HEBREUS

KANA'AN, PRIMOGÊNITO DE KHAM - O PATRIARCA DOS PÓVOS KANANITAS

Segundo a cultura hebraica israelita os fenícios são um povo cananeu. A cidade fenícia de Sidom teria sido fundada por Sidom, filho de Canaã, ou por seus descendentes. Levando em consideração o Livro de Gênesis Canaã (Kana'an) foi filho de Cam (Kham) e o enredo narrado nos livros de Gêneses, Exodo, Deuteronomio e Josué dão a entender que Kana'an (Canaã) teria sido o caçula de Kham (Cam) que era primogênito de Noé. Os antigos hebreus israelitas classificavam os cananeus como camitas. Na concepção hebraica israelita os camitas são póvos de pele escura.

KHAM, 1º FILHO DE NOÉ & ENZARA - Patriaraca dos Póvos Camitas

E os filhos de Kham são: Cuxe (Aksum), Mizraim (Khemet), Pute (Punt) e Canaã (Fenícia). 

KUXE, FILHO DE KHAM - PATRIARCA DOS PÓVOS KUXITAS

E os filhos de Cuxe são: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã. E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá, E Resen, entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).

MIZRAYM, FILHO DE KHAM - PATRIARCA DOS PÓVOS MIZRAYNITAS

E Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim,
A Patrusim e a Casluim (donde saíram os filisteus) e a Caftorim.

PUTE, FILHO DE KHAM - PATRIARCA DOS PUTITAS


KANA'AN, 4° FILHO DE KHAM - PATRIARCA DOS PÓVOS CANANITAS

E Canaã gerou a Sidom (Fenícios), seu primogênito, e a Hete;
E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu, E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa. 

TIRO & SIBON SÃO CIDADES FENÍCIAS

Estes são os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.
(Gênesis 10:6-20)

ECONOMIA CARTAGINESA

MARINHA CARTAGINESA FENÍCIO-CANANÉIA

Com a economia centrada no comércio, os cartaginenses controlavam a exploração e venda de metais preciosos no Mediterrâneo Ocidental (Espanha e Sul da Itália, atualmente). Com o tempo, passou a exercer controle político sobre boa parte do Mediterrâneo, controlando as rotas marítimas deste mar por mais de seiscentos anos.

CARTAGO UMA SUPERPOTÊNCIA COMERCIAL

O desenvolvimento da economia marítima e a busca de novos pontos de colonização levaram os cartagineses a entrarem em conflito contra a Grécia e a Sicília. Na qualidade de comerciantes, os cartagineses eram bastante conhecidos pela venda de pedrarias, perfumes, trigo, metais preciosos e tecidos especialmente tingidos. Geralmente, repassavam seus produtos às populações da costa da África, da Bretanha e da Noruega.

ÁREA DE INFLUÊNCIA CATAGINESA X ÁREA DE INFLUÊNCIA ROMANA

No século IV, a cidade florescia como uma grande e importante cidade, rodeada de templos, palácios e altos edifícios.

PODEROSA CARTAGO

No entanto, a prosperidade de Cartago fez com que a cidade-estado entrasse em choque com outra superpotência, Roma. As lutas entre cartagineses e romanos ficaram conhecidas como Guerras Púnicas. A Primeira Guerra Púnica teve início em 264 a.C

ESTRURA POLÍTICA DE CARTAGO

CARTAGINÊS

Administrativamente, encontrava-se organizada por um tipo de governo estabelecido em dois sufetes, por um Conselho de Anciãos e por uma Assembleia do Povo. Possuía todas as condições para se tornar numa grande potência. A sua política internacional foi marcada pela luta levada a cabo relativamente à posse das ilhas da Sardenha e da Sicília.  

ILHA DA SARDENHA
 
Através de uma excelente política comercial e de conquista, conseguiu aumentar o número de colónias e, depois de ter alcançado um grande poder, deu início a uma guerra entre gregos e cartagineses na Sicília, no ano 550 a. C. O exército púnico enviado por Malco conseguira dominar a maior parte da ilha, derrotando os gregos em Alália (Aléria, Córsega), em 535 a. C., mas, simultaneamente, os cartagineses perdiam as suas posições na Gália meridional. Malco tentou a conquista de Sardenha, tendo saído derrotado, o que motivou o seu desterro por deliberação do Senado. Não contente com a decisão sublevou-se, matou o seu próprio filho Carthalo, tornou-se governador da cidade e condenou à morte os membros do Senado que votaram o seu desterro. A sua intenção era seguir uma política de ditadura pessoal, mas perdeu a vida numa sedição.

DE ROXO O IMPÉRIO GARTAGINÊS & DE VERMELLHO A REPÚBLICA ROMANA 

A PODEROSA CIVILIZAÇÃO AFRICANA CARTAGINÊSA FENÍO-CANANÉIA

CARTAGO

Mágon sucedeu a Malco e da sua ação contam-se as conquistas da Sardenha e das ilhas Baleares. Foi neste período que Cartago atingiu o seu apogeu com a colonização da costa setentrional de África, fundando pontos comerciais estratégicos. Deste período são conhecidos testemunhos da prática de transações comerciais com Cartago no litoral de Portugal, na Gália e nas ilhas Britânicas. Magón morreu no ano 500 a. C. e quem passou a ocupar o trono foi Asdrúbal. Este resistiu a Cambises, rei da Pérsia, que pretendia anexar Cartago. Um fator que esteve a favor dos Cartagineses foi o facto de a frota persa ser tripulada por fenícios, que se recusaram assim a atacar.

EXPANSÃO MARÍTIMA COMERSIAL FENÍCIA E CARTAGINESA

Asdrúbal morreu em 485 a. C. e Amílcar, seu sucessor, acabaria por reconhecer a soberania nominal do rei da Pérsia e, com o objetivo de não ser importunado pelos helenos, organizou uma grande expedição para expulsar os gregos da Sicília, o grande celeiro daquele tempo. Este ato foi uma prova do poderio militar de Cartago baseado numa frota bem apetrechada e num elevado número de soldados. No entanto, quando tentava tomar Himera, em 480 a. C., foi derrotado por Gelon, rei de Siracusa, que fez numerosos prisioneiros entre os cartagineses. Seguiu-se um período de paz que durou setenta anos, durante os quais Cartago pôde reorganizar as suas forças e desenvolver-se economicamente. 

PERSAS - ELAMITAS

Estabeleceram também alguns tratados, nomeadamente com os Romanos. Com estes assinaram um acordo em 509 a. C., segundo o qual era outorgado o respeito mútuo do espaço territorial e do tráfico comercial, comprometendo-se ambos igualmente a não atacar territórios de parte a parte. Neste acordo estava implícita a intenção de Roma em fechar o acesso dos Cartagineses a Itália.

MARINHA AFRICANA CARTAGINESA FENÍCIO-CANANÉIA

Os atenienses pediram auxílio a Cartago após 414 a. C. para tomarem a Sicília, mas logo em 410 a. C. os cartagineses decidiram-se pela desforra da sua derrota em Himera e iniciaram uma guerra que acabaria por durar um século. Siracusa vivia um clima de anarquia e as cidades de Himera e Agrigento transformaram-se num amontoado de ruínas. Timoleão fez frente aos cartagineses e venceu-os em Cramisa, em 339 a. C., reduzindo-os às suas antigas possessões.

EXÉRCITO CARTAGINÊS

Quando os cartagineses já tinham em seu poder quase todo o território siciliano, Agátocles atacou o Norte de África, isolando Cartago. Só com a morte de Agátocles (288 a. C.), Cartago voltou a recuperar o anterior poder que detinha na Sicília, benificiando das dissensões internas da Grécia.

CARTAGINÊS

Cartago iria estabelecer uma aliança com Roma em 290 a. C. na sequência da ameaça de invasão da Itália meridional por parte de Pirro, rei do Épiro. A Sicília caiu nas mãos de Pirro e dasapossou Cartago de todas as suas colónias na ilha. Por isso, esta propôs a paz, reconhecendo a soberania de Pirro em todos os territórios conquistados. No entanto, o objetivo de Pirro era invadir África e tomar Cartago, mas acabou por não concretizar a sua intenção retirando-se para a Sicília.

CARTAGINÊS

A Sicília desde sempre foi um território muito cobiçado e tornou-se no motivo principal da série de conflitos que tiveram lugar a partir de 264 a. C. Tendo como campo de batalha a Sícilia, iniciou-se um período de guerras entre romanos e cartagineses que ficaria conhecidas por Guerras Púnicas.

GUERRAS PÚNICAS: CARTAGO VS ROMA


A primeira Guerra Púnica vai de 264 a 241 a. C. De forma a fazer frente aos cartagineses, os romanos tiveram de se transformar numa potência naval e apoderaram-se de Agrigento em 262 a. C., cujo resultado foi a obtenção de uma vitória naval contra os cartagineses.

PRIMEIRA GUERRA PÚNICA - GENERAL AMÍLCAR BARCA

PRIMEIRA GUERRA PÚNICA: CARTAGO X ROMA

Sob o cartaginês Amílcar Barca a vitória permaneceu indecisa na Sicília. Os romanos acabaram por consquistar a ilha e os cartagineses viram-se obrigados a assinar um tratado, através do qual concediam a Sardenha aos romanos (237 a. C). Com este ato punha-se fim à primeira Guerra Púnica. Seguidamente ocorreu uma sublevação dos mercenários ao serviço de Cartago, facto que levou o Senado a procurar ajuda junto de Amílcar Barca, que submeteria os númidas e os mauritanos e passaria a fazer campanhas na Hispânia durante alguns anos. 

CARTAGO X ROMA

GENERAL ASDRUBAL

GUERRAS PÚNICAS

Sucedeu-lhe Asdrúbal, que concretizou os planos de Amílcar Barca ao conquistar a Hispânia até ao Ebro, estabelecendo um tratado com Roma, de posse da Gália, no qual se comprometia a não prosseguir com as conquistas para lá do Ebro.

SEGUNDA GUERRA PÍNICA - GENERAL ANÍBAL

GENERAL ANÍBAL BARCA

O sucessor de Asdrúbal foi Aníbal, filho de Amílcar Barca, que vai assumir especial protagonismo durante a segunda Guerra Púnica, iniciada em 218 a. C. e que durará até 202 a. C. O desencadear desta guerra deveu-se ao ataque a Sagunto (229 a. C.), cidade aliada de Roma na Península Ibérica, de maneira a retirar alguma compensação da derrota na primeira guerra. Aníbal, à frente de um numeroso exército (onde se destacavam os elefantes) passou para além do Ébro, dos Pirenéus, do Ródano e dos Alpes para fazer frente a Roma, que derrotou em quatro batalhas: Tesino, Trebia, Trasimeno e Canas (216 a. C.). 

SEGUNDA GUERRA PÚNICA

Permaneceu em Itália durante quinze anos com o objetivo de conquistar Roma. Só com a ação levada a cabo por Públio Cornélio Cipião, o Africano, que se reflete numa luta persistente na Hispânia, chegando depois aos muros de Cartago com um poderoso contingente militar, Aníbal abandonaria os seus postos em Itália regressando a África

GENERAL ANÍBAL BARCA ATRAVASSANDO OS ALPES

Os cartagineses acabariam por ser derrotados por Cipião na batalha de Zama (202 a. C.) e foram obrigados a entregar as suas possessões na Europa, a pagar um pesado tributo e a não fazer qualquer guerra sem antes darem conhecimento ao Senado romano. Nomeado sufete, Aníbal dedicou-se a reparar os danos da guerra e, devido ao seu génio no empreendimento de reformas administrativas, Cartago depressa recuperaria o seu estatuto de potência comercial. Temendo o poder de Aníbal, os romanos pediram a sua reclusão em Roma, mas este conseguiu escapar, refugiando-se em 195 a. C. na corte de Antíoco III, rei da Síria.

GUERRAS PÚNICAS

Devido ao tratado assinado com Roma, Cartago não estava autorizada a fazer qualquer guerra e por isso não poderia defender os seus territórios da conquista que o rei númida Massinisa levava a bom termo, contando com o apoio dos romanos e chegando a anexar uma parte do território cartaginês. 

GUERRAS PÚNICAS

Cansados das respostas evasivas dos romanos, os cartagineses, sob o comando de Cartalo e Asdrúbal, decidiram encetar uma nova guerra contra Massinisa pelos seus territórios, mas foram derrotados na batalha de Oróscopo. 

GUERRAS PÚNICAS

TERCEIRA GUERRA PÚNICA

GUERRAS PÚNICAS

Roma intervém, dando assim início à terceira Guerra Púnica (150 a. C.), alegando o rompimento do acordo estabelecido por parte de Cartago. Foi enviado para África um exército e, simultaneamente, uma embaixada cartaginesa chega a Roma com a informação de que os chefes da revolta foram desterrados e que o povo cartaginês se colocava sob a vontade romana. Roma fez então exigências extremamente pesadas o que provocou a união do povo e a rebelião contra o poder romano, usando como instrumento o exército de Asdrúbal que entretanto havia sido reabilitado. Derrotaram os dois cônsules romanos, Manlio e Censorino, que levavam ordens para assediar Cartago


Em 148 a. C., o exército romano encontrava-se sob o comando de Calpúrnio Pisão e Lúcio Mancino, mas foram igualmente derrotados. Como os desastres se somavam do lado dos romanos, o Senado decidiu enviar Cipião Emiliano o africano para reorganizar o exército, enquanto Mancino conseguia atacar uma importante posição junto ao pomoerium, o qual foi imediatamente auxiliado por Cipião, e sitiam a cidade de Megara. Os sitiados conseguiram resistir ainda durante algum tempo e durante o inverno Cipião o africano, atacou Neferis e seguidamente Byrsa, derrotando os cartagineses. Cartago acabava por cair nas mãos dos romanos, tendo sido totalmente destruída a mando do Senado em 146 a. C. Falar em destruição é amenizar o que verdadeiramente sucedeu: arrasaram-se pura e simplesmente todas as estruturas materiais da cidade, pondo-se sal e cal para esterilizar a terra e impedir que ali renascesse algo. Cartago foi convertida então numa província romana.

GUERRAS PÚNICAS

Somente no século I a.C., ela foi reconstruída pela ação do ditador romano Júlio César e, anos mais tarde, pelo imperador Augusto. Durante as invasões bárbaras, os vândalos estabeleceram uma dominação que só foi interrompida pela ofensiva militar dos generais do Império Bizantino. Por muito tempo, Cartago ficou conhecida como centro fundamental do cristianismo na África. Contudo, a posterior expansão islâmica transformou a região em um espaço de hegemonia árabe.

A Área de Cartago faz parte da lista do Património Mundial da UNESCO desde 1979.

O GRANDE GENERAL AFRICANO CARTAGINÊS FENÍCIO CANANEU ANÍBAL